Apesar da pandemia, StartUp fecha ano com lucro e 68 lançamentos

Sandro Macedo

Um dos setores que mais sofreu economicamente com a pandemia foi o gastronômico, principalmente os que se dedicavam a servir bebidas alcoólicas.

Muitos brewpubs —bares que produzem no local a própria cerveja, de onde vem a maior parte do lucro— tiveram que se reinventar para manter o negócio, mas nem todos conseguiram.

Ainda assim, algumas cervejarias têm motivos para comemorar em 2020, como a StartUp Brewing Co., de Itupeva, em São Paulo (cerca de 72 km da capital).

Além das marcas próprias, a StartUp funciona como uma aceleradora para cervejarias menores. Ao longo do ano, apesar de ter paralisado parcialmente as atividades da fábrica durante o período mais rígido do isolamento provocado pela pandemia, a fábrica fecha com 68 rótulos lançados: 55 de marcas próprias (UX Brew, Unicorn e Juan Caloto) e mais 13 de ciganas aceleradas (Hopi Mundi, The Dead Rabbits, Nauta e Supla).

Na média, dá mais de um lançamento por semana.

“Nossa meta para 2020 era crescer mais de 200%, porém a pandemia nos atingiu duramente, mesmo assim estamos quase dobrando o faturamento. Fecharemos 2020 com um faturamento bruto de R$ 13 milhões”, comemora André Franken, CEO e um dos fundadores da StartUp.

Inaugurada em junho de 2018, a fábrica começou com capacidade de produção de 50 mil litros por mês. Em pouco mais de dois anos, essa capacidade quadruplicou e hoje chega a 200 mil litros —mas em 2020, a produção foi em média de 90 mil litros mensais, com picos de 120 mil.

Em termos de comparação, em 2019, sem pandemia, a produção mensal girou em torno de 40 mil litros por mês; e o ano fechou com faturamento de R$ 7,5 milhões.

Como aceleradora, a StartUp colabora em todas as etapas do processo para pequenas cervejarias sem casa fixa, conhecidas como ciganas.

“É como um grande ecossistema que fornece soluções que vão desde a consultoria na elaboração de receitas passando pela produção, venda, logística e distribuição, até marketing e questões tributárias”, explica Franken.
“Nossa ideia é prover essas soluções para quem participa desse ecossistema. Hoje estamos com Juan Caloto, 5 Elementos, Devaneio do Velhaco e Dead Rabbits participando”, completa.

Para Franken, a pandemia foi um desafio ainda maior para os pequenos produtores. “As pequenas industrias do setor sofreram e ainda sofrem muito com tudo isso, pois dependem muito de bares e restaurantes, já as cervejarias maiores fornecem para supermercados e apesar de terem sentido a crise tiveram um aumento de vendas por parte do varejo.”

O ano marca também a entrada da empresa no mercado internacional. As duas primeiras remessas devem chegar em janeiro de 2021 na Holanda, por meio da importadora Het Bierloket. Serão cerca de 30 rótulos. Mas já há negociações para levar rótulos da marca também para Espanha e Alemanha em uma nova exportação.

Entre os vários lançamentos do ano, destaque para as cervejas do projeto batizado de Trub Sessions, pensado e produzido durante a pandemia. São cervejas feitas de olho na sustentabilidade dos recursos com economia, incluindo a reutilização de insumos, como o lúpulo, por meio de uma técnica especial. Desse projeto saíram três rótulos, todos de estilos derivados da tradicional india pale ale.

Além disso, o bagaço de malte de toda produção da fábrica é armazenado e depois enviado a criadores de ovinos, que os utilizam como ração. Já o lixo reciclável vai parar em uma cooperativa da região.

Cherries & Berries é 68º lançamento do ano
Para fechar 2020, a UX Brew lança um novo rótulo da linha Acid Rain, dedicada às refrescantes (e ácidas) cervejas sour. A Cherries & Berries chega ao mercado na quinta (17) em garrafa especial, semelhante a de uma champanhe, com 750 ml. Com 5,3% de teor alcoólico, a cerveja leva na fórmula framboesa, amora e cereja. É possível comprá-la no site loja.startupbrewing.com.br. Para saber mais, sobre a cerveja, veja live no Instagram @startupbrewing no dia 17, às 20h.