Vencedor do Oscar, ‘Druk’ perdeu a chance de valorizar as ótimas cervejas dinamarquesas
O longa dinamarquês “Druk – Mais uma Rodada”, que acabou de vencer o Oscar de melhor filme internacional (ou filme estrangeiro, para os mais antigos), é um prato cheio para suscitar polêmicas —ou copo cheio, para ficar no espírito do blog. “Druk” pode ser traduzido como “bebedeira”.
No filme de Thomas Vinterberg, um quarteto de amigos quarentões que lecionam na mesma escola se reúne para um jantar de aniversário. Entre uma conversa e outra, um deles lembra da teoria de um filosófo norueguês, Finn Skarderud, que diz que o ser humano nasce com um déficit de 0,05% de álcool no sangue e sugere que, com esse índice, o indíviduo ficaria mais relaxado a ponto de responder melhor a certas situações.
O quarteto então resolve levar a teoria à prática. Todos passam a beber no horário das aulas para atingir o nível de álcool e trocam experiências sobre possíveis melhorias de desempenho. Claro que as coisas saem de controle com a ingestão de quantias cada vez maiores de bebidas. Paremos por aqui para evitar maiores spoilers.
Alguns discutem que o filme incentiva consumo de álcool entre menores de idade. Mas vale lembrar que o acesso de adolescentes ao álcool na Escandinávia é diferente. Dito isso, este blog se reserva ao direito de fazer a única pergunta cabível após assistir ao filme: cadê as cervejas dinamarquesas em cena?!?!?
Sim, as dinamarquesas estão entre as mais queridas do mundo. Com a cervejaria cigana Mikkeller, Mikkel Bjergsø se tornou um dos nomes mais respeitados no meio. Seu irmão, Jeppe Jarnit-Bjergsø, fundou a Evil Twin, espécie dissidente da Mikkeller, igualmente reverenciada —reza a lenda que os dois irmãos não se falam há algum tempo. Outra queridinha dos geeks cervejeiros é a Tø Øl, também cigana, com fórmulas que escorriam criatividade.
Em algum momento da década passada, as três estiveram por aqui. E, como muitas importadas, não vingaram por diversas razões —quase todas relacionadas a custos, mas, neste caso, também por serem produtos de nicho.
Se era para falar de álcool, “Druk” perdeu a oportunidade de “valorizar” seu produto local. No lugar disso, o quarteto de amigos toma grandes doses de vodca, da Rússia, ou vinhos, da França ou de outros cantos.
Para quem ficou com vontade de tomar uma cerveja dinamarquesa, antes ou depois do filme, ainda há esperança. E bem perto de você: a Faxe (pronuncia-se Fáks), chamada de “a cerveja dos vikings”, é uma cerveja de 1901, facilmente reconhecida por sua embalagem, um latão de 1 litro, facilmente encontrada em vários mercados.
Cada cor corresponde a um estilo, como a branca (premium), a azul (royal export, preferida deste escriba) e azul-claro (witbier). Os mais ousados podem encarar também o latão preto, mais incorpado e maltado, com 10% de teor alcoólico.
Você pode encontrá-la também em vários bares e empórios cervejeiros ou direto no ecommerce de sua importadora, Todovino (clique aqui).