Tarantino vira cerveja de cinema no Conjunto Nacional
Não faltou suspense para a volta do cinema do Conjunto Nacional, mas o drama está perto do fim. Depois de enfrentar a pandemia, o Cine Marquise deve finalmente abrir em setembro no tradicional espaço do Conjunto Nacional —antes ocupado pelo Cinearte (e seus heterônimos).
E os cinéfilos que também são fãs de cervejas artesanais terão um motivo a mais para frequentar as salas: o cinema fechou parceria com a Cervejaria Tarantino.
Apesar do nome ser dos mais apropriados para uma cerveja dentro de um cinema, a Tarantino não é uma homenagem ao diretor de “Pulp Fiction – Tempo de Violência” ou “Bastardos Inglórios”. A referência é a Gilberto Tarantino, nome conhecido do mercado cervejeiro.
Sua fábrica-bar no bairro do Limão, região norte de São Paulo, vai abastecer o cinema com seus rótulos clássicos, como a ZN Lager, a Miracle IPA, a witbier e a dry stout. A ideia é ter de duas a quatro torneiras disponíveis com o chope fresco, além das latas.
“Essa parceria do Cine Marquise vai ser uma coisa única no mercado aqui no Brasil. Nos Estados Unidos têm o Álamo, que mistura a bombonnière uma oferta de cerveja artesanal”, lembra Giba, como é conhecido no meio cervejeiro. “É isso que a gente quer proporcionar no Marquise. Curtir uma boa cerveja fresca, uma cerveja viva, durante a exibição do filme, ou no pós. E esse cinema icônico do Conjunto Nacional, com filmes de arte, descolados, tem tudo a ver com nosso DNA”, completa.
Muitos cinemas de São Paulo já oferecem cervejas ao consumidor, mas normalmente são rótulos do mainstream. O grupo Petrópolis inclusive fez uma parceria que inclui o “naming rights” do Belas Artes, rebatizado de Petra Belas Artes.
Promover eventos culturais não é novidade para a Tarantino, que já abriu seu espaço para atividades de música, de dança e afins. Suas latas também evidenciam a arte dos grafiteiros da cidade, que são convidados para criar os designs dos rótulos. Em agosto, a fábrica-bar recebeu uma feira de discos de vinil, com venda e troca de LPs usados. “Cinema é arte, e cerveja também é arte”, conclui Giba.
O Cine Marquise já inaugurou seu café, o mineiro Cheirin Bão, que está funcionando desde fevereiro. O espaço cinematográfico terá duas salas, equipadas com som Dolby Atmos, que inclui 16 caixas de som no teto da sala, amplificando a experiência cinematográfica.